26.2.15

Fradelos e o Silo-Auto

mais do mesmo

A capela da Senhora da Boa Hora de Fradelos situa-se na rua Guedes de Azevedo. Em tempos idos, mais acima na rua Gonçalo Cristóvão situava-se, ao lado de uma pedreira o antigo quartel dos Sapadores Bombeiros do Porto.


23.2.15

Troika

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Na série dos comércios desaparecidos temos esta Troika que apareceu antes da outra. Entretanto, a meu grande pesar, desapareceu esta loja de produtos do Leste da Europa que se situava na rua do Almada.




20.2.15

Loja rua das Oliveiras

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Se repararem que muitos turistas atravessam a rua em frente a este comércio não se espantem. Talvez eles julguem como bons anglófonos que os artigos são outros.


19.2.15

Museu da Imprensa

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Para além do Museu Soares dos Reis existe outro museu nacional na cidade do Porto.

Muitos portuenses pensam que a cidade acaba já ali na estrada da Circunvalação, mas não. Uma parte de Campanhã é do outro lado da estrada N 12. Este museu fica à beira da estrada N 108 que segue dentro da cidade até à Foz (do Douro). 


18.2.15

O Porto visto de Gaia (1975)

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Naquela altura o "povo ainda lavava no rio". Hoje as coisas mudaram muito, até o lavadouro da freguesia de São Nicolau tem máquinas para realizar tal tarefa.

Se notarem bem ainda não existia aquele monumental bloco de betão que alberga uma escola ali na escarpa das Virtudes.


17.2.15

Mercado do Bolhão há 40 anos

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Este diapositivo deve ter cerca de 40 anos. O reclamo luminoso da Singer ainda encabeça o edifício que ficou conhecido por este nome.




13.2.15

Arte Pública - A Cultura

Já o afirmei em vários sítios acho que é urgente e mais do que necessário informar e divulgar a Arte Pública na cidade do Porto. 

O turista que vem descobrir o pitoresco das margens do rio também talvez tenha alguma sede de cultura para além de entrar numa das livrarias da cidade só para apreciar as escadas de betão armado (pensando que as mesmas sejam de madeira) e tentar levar um "recuerdo digital".

A Arte Pública é aquela que está perante os nossos olhos e alguns nem reparam nela nem sabem o que é nem quem é o autor. Apressado o portuense também muitas vezes que lá do alto da Latina o mais conhecido poeta português está representado.

Ela também está à porta dos cafés ou no seu interior. Exemplos não faltam quer no centro da cidade quer um pouco mais longe. Olhar para o conjunto monumental que existe no Palácio do Comércio ou para o Mercúrio do futuro Teatro do Bolhão parece ser um exercício deveras difícil.

Mais uma vez lanço o apelo: Vamos divulgar a arte pública? Mas de maneira simples e que esteja acessível ao mais comum dos cidadãos.

E isto porquê? 
Simplesmente porque duas ou três vezes que entrei na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda e reparei que uma escultura me acolhia à entrada. Depois rodeei a dita escultura, procurei no google e noutros sítios da internet e não encontrei. Há muita coisa aqui e ali mas aparentemente não há nada sistematizado em sítio nenhum. Nem na página da Câmara Municipal.

A escultura é esta


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O seu título é "Cultura", foi inaugurada em 1991 e o seu autor é Gustavo Bastos - esse mesmo escultor que realizou dois dos relevos da Ponte da Arrábida. 

Aqui manifesto o meu agradecimento à responsável do Serviço de Educação do Museu do Papel Moeda - Fundação Dr. António Cupertino de Miranda.




 Nota biográfica:

"Apontamentos biográficos sobre Gustavo Bastos 

Gustavo Bastos conclui, juntamente com Lagoa Henriques, o Curso de Escultura da Escola de Belas Artes do Porto em 1954, tendo ambos obtido a classificação final 20 valores. Barata Feyo, foi seu mestre na disciplina de Escultura, inserindo-o na sua equipe de estatuários. Em 1958 integra, como professor assistente, o corpo docente da Escola de Belas Artes do Porto, tendo-lhe sido atribuída, em 1959, uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, que lhe permitiu viajar, conhecer os museus de França e Itália onde contactou com a obra de Marino Marini, que admira. Ao longo dos anos vai ocupar os mais variados lugares dentro da Escola, terminando em 1998 como professor catedrático.
Para além de Professor e Mestre, Gustavo Bastos é um Escultor de estatuária, estendendo-se a sua obra a todo País (sobretudo em tribunais, edifícios públicos e monumentos de carácter histórico). No seu trabalho destacam-se o homem, o cavalo (muitas das vezes sendo representados num só volume) e a mulher. A sua escultura, de pendor figurativo,  é de grande rigor formal e material, deixando de parte os promenores, para assumir  uma contida expressão lírica. São figuras, ora solenes, ora serenas, sólidas, e de grande precisão, sendo notório a mestria com que trabalha os materiais.
Participou em variadíssimas exposições colectivas, embora julgo só ter realizado três exposições individuais, duas no Porto (na Galeria Alvarez em 1957 e na Galeria do JN) e uma em Lisboa (na Galeria do Diário de Notícias) em 1969. Em 1998, o Museu Municipal da Figueira da Foz produziu uma exposição retrospectiva da sua obra. Está representado um inúmeros museus e colecções.

Gustavo Bastos faz parte de um tempo em que as profissões eram abraçadas por vocação, sendo isso notório na maneira como ele desempenhou o seu papel como Professor/Mestre e Escultor. É esta a razão pela qual suponho que a sua presença no Seminário poderia ser um interessante testemunho de vocação e de vida.

Proposta de um roteiro às esculturas do Mestre que se podem ver na cidade do Porto:

Repouso (cimento, 1953)  junto ao lago do jardim das Belas Artes;

Honra e Concórdia (mármore de carrára, 1957) no Salão Nobre da C. M. do Porto;

Relevo (cimento, 1958) na Escola Secundária Aurélia de Sousa;

João Pedro Ribeiro (granito, 1961) no Tribunal da Relação;


Cabeça de Mulher (bronze) no Museu Soares dos Reis;

O domínio das águas pelo homem e O homem na sua possibilidade de transpor os cursos de água (bronze, 1963) relevos na Ponte da Arrábida;


Relevo (bronze, 1970) hall de entrada da Estação de S. Bento;

Relevo (bronze) Caixa Geral de Depósitos;

Os Cavaleiros do Apocalipse (bronze, 1970) no Passeio das Virtudes;


Estátua equestre de D. Afonso Henriques (bronze, 1984) no Museu Militar;


Monumento a Francisco Sá Carneiro (granito e bronze, 1990) na Praça de Velasquez;"

Maria Providência, Abril de 2009





12.2.15

Rua Dr. António Cupertino de Miranda

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Pequena nota biográfica:

António Cupertino de Miranda nasceu em 21 de janeiro de 1886, em Famalicão, numa família de proprietários agrícolas, partiu para o Brasil em 1915, por motivos políticos, lá permanecendo por mais de 30 anos. Exerceu a atividade de professor e dedicou-se ao jornalismo. A partir de 1918, começou a sua atividade de representação e procuradoria.

Assumiu o papel de delegado da Casa Bancária Cupertino de Miranda & Cª.

António Cupertino de Miranda desenvolveu um papel decisivo no tecer da rede de negócios que abrangeu os dois lados do Atlântico, tendo contribuído significativamente para o processo de acumulação de capitais que estiveram na base do Banco Português do Atlântico.

Regressa a Portugal a 7 de agosto de 1948, com 62 anos. Sem descendentes diretos, leva uma vida quase ascética e aproveita esta nova fase para meditar e fazer um balanço da sua vida.

Nasce a ideia de criar uma Fundação, hoje existente a poucos passos desta artéria.

A Fundação foi instituída em 1964. É uma instituição privada, sem fins lucrativos, que tem por missão a realização de atividades educativas, culturais e sociais que promovam a sociedade do conhecimento e contribuam para a inclusão social, proporcionando simultaneamente oportunidades de ocupação de tempos livres.

A 16 de novembro de 1974, faleceu António Cupertino de Miranda. 


Ver mais na página da Fundação.

11.2.15

A Ribeira da Avenida

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O outro dia desci a avenida da Boavista pelo lado esquerdo, coisa que não fazia há anos.

Quase em frente à rua Miguel Torga é que me apercebi pela primeira vez que havia ali uma pequena ribeira mesmo junto ao passeio.

De onde ela vinha? Seria aquela que outrora ainda era visível junto da fábrica Avis?

Qual teria sido o seu percurso anteriormente à abertura da avenida?


10.2.15

140 anos

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É este ano que a Companhia União de Crédito Popular festeja o seu 140º aniversário.

É sem dúvida o maior e o mais antigo prestamista da cidade.

Outrora vários existiam ali bem perto da praça Carlos Alberto, sobretudo na rua dos Mártires da Liberdade, artéria que para além do comércio de artigos novos existiam também os adeleiros e outros farrapeiros. O comércio de bens em segunda mão era o único meio que muitas famílias tinham para mobilar os seus lares.

Ainda há poucos anos havia uma outra casa de prego na travessa do Carregal. Não posso confirmar agora se ainda existe.

Com a crise que o país atravessa o governo permite que o "prego não enferruge". 



9.2.15

Relevo

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Na entrada do ex-café Astronauta deparamos com este relevo atribuível ao artista plástico Lino António (1). Este café situava-se na rua Passos Manuel e entretanto mudou de nome.

(1) - Lino António da Conceição (Leiria, 26 de Novembro de 1898 — Lisboa, 23 de Outubro de 1974)



5.2.15

Novo hotel

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Nos últimos anos com o desenvolvimento do turismo na cidade assistimos a um aumento significativo do número de unidades hoteleiras, de bares e de restaurantes.

Este edifício outrora abrigou o Cinema Águia d'Ouro assim como a delegação no Porto da FNAT, a partir de 1974 do INATEL (Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres).






4.2.15

O campo do Pombal e o Casal do Pombal


Um habitual leitor destes escritos, também ele dado à pesquisa histórica, mandou carta com uma dúvida " Casal do Pombal e Campo do Pombal, são a mesma coisa ?" 

Claro que não.

Comecemos pelo primeiro. 

Antes, porém, julgamos necessário esclarecer que, neste caso, a palavra "casal" tem que ser entendida com o significado de "pequeno povoado" ou " conjunto de pequenas propriedades rústicas" ou seja o lugar ou lugarejo de uma determinada freguesia.

Agora sim, a dúvida do leitor. 

O Casal do Pombal, segundo um documento de 1805, ficava "junto da Torre de Pedro Sem e do cemitério dos ingleses", nas imediações, portanto, do actual Largo da Maternidade de Júlio Dinis que, ainda há relativamente pouco tempo, se chamava Campo Pequeno. 

O referido documento, datado de 1805, é uma petição do negociante Jerónimo Pereira Leite em que solicita autorização Régia para poder "subemprazar chãos ( alugar terrenos) do seu Casal do Pombal" a fim de neles poderem ser construídas casas. Acontece que o tal Casal era senhorio directo da Colegiada de Cedofeita que se mostrou contrária ao empreendimento. O caso, por isso, teve que ser resolvido nos tribunais.

O Casal do Pombal era atravessado por um tortuoso caminho, espécie de estreita azinhaga que após a urbanização do sítio se transformou em artéria pública tomando o nome da propriedade com a designação de Rua do Pombal. Trata-se da actual Rua de Adolfo Casais Monteiro.

E agora o Campo do Pombal que ficava no sentido oposto da cidade, ou seja nas imediações da actual Praça da Batalha.

A mais antiga referência que se conhece ao Campo do Pombal data de 1590 e consta de um documento em que se diz que o tal "campo" era "… todo cercado sobre si (todo murado) entestando (confinando) da parte do sul com a estrada que vai entre as paredes (actual Rua de Entreparedes) para S. Lázaro; e da banda da cidade com o rio de Nossa Senhora da Batalha".

Aquilo que no documento aparece como sendo "o rio de Nossa Senhora da Batalha" , não passava de um simples riacho cuja água, proveniente do manancial do então chamado "Campo de Mijavelhas" (actual Campo de 24 de Agosto), alimentava um pequeno chafariz que ficava da parte de fora da muralha.

Tendo em conta as limitações apresentadas para a localização do tal "Campo do Pombal", não é difícil concluir, tendo em conta a situação da actual Praça da Batalha, que essa propriedade ficava onde agora está o palacete que foi da família Guedes, da Quinta da Aveleda, em Penafiel, antiga sede da estação central dos CTT.

Já que temos vindo a falar de topónimos com o mesmo significado mas designando sítios diferentes da cidade, vem a propósito lembrar que com o nome de Quinta do Pinheiro também houve duas grandes propriedades no Porto.

Uma começava, exactamente, onde hoje é a Praça da Batalha. 

Era uma enorme propriedade rural que já existia com aquela designação em 1774. Tinha o seu começo junto à igreja de Santo Ildefonso e estendia-se pelo sitio da actual Rua de Santa Catarina, até à antiga Travessa do Grande Hotel, hoje Rua de António Pedro. Consta de uma antiga descrição que "era uma propriedade toda cercada de muro com terras de lavradio, hortas, árvores de fruta e de vinho, suas ramadas e uma fonte; parte de nascente com a Rua de Santa Catarina e de poente com o cano da água que vai para as religiosas de S. Bento (convento de S. Bento da Ave Maria, onde agora está a estação ferroviária de S. Bento); e do norte com o caminho que vai para a Viela da Neta ( actual Rua de Sá da Bandeira, junto ao Bolhão).

A outra Quinta do Pinheiro ficava "junto aos Carvalhos do Monte (actual Praça do Coronel Pacheco) ao lado da estrada que vem de Guimarães para a Porta do Olival (a Rua dos Mártires da Liberdade) prez (próximo) da cidade…"

Esta vasta propriedade, que compreendia muitos campos de cultivo, laranjais, hortas e pomares, começou a ser urbanizada no século XVIII incluída no chamado plano de urbanização do Bairro dos Laranjais promovido por João de Almada e Melo e no qual se incluía a abertura, por exemplo, da Rua do Almada, assim denominada em homenagem ao promotor do projecto, bem como outras artérias adjacentes como as actuais ruas da Conceição, de Ricardo Jorge e outras.

Uma das artérias que também se abriu por esse tempo foi a actual Rua do Pinheiro onde se encontra a pequena capela da invocação de Nossa Senhora da Conceição. 

Antes de ter a denominação que evoca a existência da Quinta do Pinheiro, esta artéria chamou-se da Misericórdia, por ter sido aberta em terrenos que pertenciam à Santa Casa.

Germano Silva

publicado no Jornal de Notícias


Street-Art na rua Cimo de Vila

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